06 maio, 2013

DISCURSOS DIRETO E INDIRETO - CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES



O termo DISCURSO admite muitos significados. O mais conhecido deles é do discurso como uma exposição metódica sobre certo assunto. Um conjunto de ideias organizadas por meio da linguagem de forma a influir no raciocínio, ou quando menos, nos sentimentos do ouvinte ou leitor.



De acordo uma das leituras possíveis, DISCURSO é a prática social de produção de textos. Isto significa que todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode ser analisado considerando seu contexto histórico-social, suas condições de produção; significa ainda que o discurso reflete uma visão de mundo determinada, necessariamente, vinculada à do(s) seu(s) autor(es) e à sociedade em que vive(m).


TEXTO, por sua vez, é o produto da atividade discursiva, o objeto empírico de análise do discurso; é a construção sobre a qual se debruça o analista para buscar, em sua superfície, as marcas que guiam a investigação científica. É necessário porém salientar, que o objeto da análise do discurso é o próprio discurso.

Tenha em mente que o correto uso dos discursos pode influenciar na fluência da história e, consequentemente, no sucesso com os leitores. Portanto, não deixe de conferir como cada discurso é produzido e quais as melhores formas de utilizá-lo para ter um texto mais interessante.

CONTEXTO é a situação histórico-social de um texto, envolvendo não somente as instituições humanas, como também outros textos que sejam produzidos em volta e com ele se relacionem. Pode-se dizer que o contexto é a moldura de um texto. O contexto envolve elementos tanto da realidade do autor quanto do receptor — e a análise destes elementos ajuda a determinar o sentido. Observe, por exemplo, a imagem a seguir. Perceba que, dependendo do contexto, ela vai assumir um sentido completamente diferente!



A interpretação de um texto deve, de imediato, saber que há um autor, um sujeito com determinada identidade social e histórica e, a partir disto, situar o discurso como compartilhando desta identidade. Salientando que o texto só receberá esta nomenclatura (texto) se o receptor da mensagem conseguir decifrá-la. 



Geralmente supomos que o nosso texto é original e único e que ele expressa apenas a nossa voz. Mas não é assim não. Na verdade, não existe discurso inteiramente original, pois todo discurso é uma resposta a outro.

Lembram a tira que estudamos em sala? Nela foi citado a história do Patinho Feio:


Outro exemplo em que se faz uma citação de um discurso anterior:


O primeiro texto faz intertexto com o segundo, porque a canção foi composta muito antes do quadrinho. Confira mais um exemplo de discurso citado, e nele pode-se encontrar também INTERTEXTUALIDADE, muito presente em anúncios publicitários:



Ao falar ou escrever, estamos sempre dialogando com outras vozes e outros discursos com os quais temos ou tivemos contato. Numa conversa cotidiana, por exemplo, quando damos um conselho que julgamos ser nosso, estamos quase sempre reproduzindo o que ouvimos de nossos pais, ou amigos, ou então lemos em um livro ou jornal. 

TIPOS DE DISCURSO

Vamos agora estudar a maneira com que o narrador "deixa" a fala de suas personagens serem reproduzidas ou reproduz o que falam. São três os tipos de discurso: direto, indireto, indireto livre. Entretanto, só iremos focar nos dois primeiros.

No Discurso Direto, a fala das personagens é reproduzida integralmente no discurso narrativo, conservando sua forma de expressão: tempo verbal, pronomes, etc. Ele é geralmente introduzido por travessão ou delimitado por aspas. Vamos a um exemplo desse tipo de discurso? (CLIQUE EM CIMA DA IMAGEM)



No Discurso Indireto, a fala das personagens é reproduzida pelo narrador, o que provoca nela alterações quanto a pessoa, tempos verbais e pronomes e o emprego das palavras que ou se. Confira como acontece a transformação do exemplo anterior (DISCURSO DIRETO) para o DISCURSO INDIRETO: (CLIQUE EM CIMA DA IMAGEM)







1) OBSERVE OS QUADRINHOS A SEGUIR. 



O QUE AS PERSONAGENS PODEM ESTAR DIZENDO? INVENTE FALAS COERENTES COM A SITUAÇÃO DO TEXTO NÃO-VERBAL, EMPREGANDO O DISCURSO DIRETO.

2) AGORA, PASSE SUA HISTÓRIA PARA O DISCURSO INDIRETO, FAZENDO AS ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS, DE ACORDO COM A TABELA A SEGUIR:



3) ATENÇÃO AO TEXTO ABAIXO. LEIA-O E EM SEGUIDA MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:


a) O fragmento não podendo mais procurar alimento por sua própria conta (linhas 01 e 02) apresenta a causa da decisão assumida pelo leão.

b) A narrativa contém apenas discurso indireto, aquele em que o narrador faz uma paráfrase (ver significado) da fala dos personagens.

c) O uso do subjuntivo em respondesse e perguntasse (linha 07) denota a mesma ideia de hipótese presente em “O que você faria se ganhasse na loteria?”.

d) A partícula (linha 05) denota temporalidade relacionada exatamente a um momento presente, como em “Faça isso já, agora mesmo!”.

4) IDENTIFIQUE QUAL O TIPO DE DISCURSO PRESENTE NOS TEXTOS E DEPOIS FAÇA A SUA TRANSFORMAÇÃO PARA O OUTRO TIPO DE DISCURSO:

a) — Que crepúsculo fez hoje! – disse-lhes eu, ansioso de comunicação.
    — Não, não reparamos em nada – respondeu uma delas. – Nós estávamos aqui esperando Cezimbra. 
                                                                                                           (Mário Quintana)

b) A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a tinha levado comigo.

c) Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse-lhe:
    — Sonhei que vai faltar feijão.

d) No noivado da sua caçula Maria Aparecida, só por brincadeira, pediu que uma cigana muito famosa no bairro deitasse as cartas e lesse seu futuro. A mulher embaralhou as cartas encardidas, espalhou tudo na mesa e avisou que se ela fosse no próximo domingo à estação rodoviária, veria chegar um homem que iria mudar por completo sua vida (...).

(Lígia Fagundes Teles, Os Melhores Contos, José Olímpio Editora)

UMA EXCELENTE ATIVIDADE!

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