03 abril, 2018

DOM QUIXOTE - O CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA

Olá, queridos!

A postagem de hoje foi feita para falar e homenagear a personagem principal da obra de ficção mais importante da humanidade, escrita há mais de 400 anos: o nosso querido Alonso Quijano, que se transformou na ilustre figura Dom Quixote. Escrita propositalmente em estilo simples, esta é uma das mais comoventes e engraçadas histórias de todos os tempos.

  
POPULARES, AS NOVELAS DE CAVALARIA TENTAVAM TRANSMITIR 
VALORES EXEMPLARES

As novelas de cavalaria surgiram entre os séculos 14 e 15. Inspiradas em fatos e figuras da história antiga, na mitologia e em lendas célticas - do rei Artur, dos amores de Tristão e Isolda, do Santo Graal -, traz motivos sobrenaturais como histórias de bruxarias e encantamentos. São um gênero extremamente livre, com estilos diferentes: a aventura heroica da poesia épica, o idealismo amoroso da lírica cortês, o realismo embrutecido da narrativa picaresca e a grandiloquência dos discursos filosóficos. A figura do herói é altamente individualizada e idealizada. Os cavaleiros substituíram os heróis clássicos no imaginário literário medieval, encarnando os valores sociais desejados e representando simbolicamente o triunfo da justiça sobre a violência e do amor puro contra a falsidade.


Antes de ser batizado com o título de Dom Quixote de la Mancha, o modesto fidalgo rural Alonso Quijano gostava de caçar em sua propriedade, comia lentilhas às sextas-feiras e vestia calças de veludo para ir a festas. Era um homem comum, na casa dos 50 anos. Seu principal passatempo, que por vezes lhe consumia dias e noites inteiros, era ler livros de cavalaria. Foi assim, página a página, envolto por aventuras, desafios e amores que "se lhe secou o cérebro, de maneira que chegou a perder o juízo".

Desajuizado, montou em um pangaré, Rocinante, catou umas armas que pertenceram a seus bisavôs, remendando-as com papelão, e deu adeus à ama, à sobrinha e aos dois melhores amigos - um padre e um barbeiro -, com quem convivera até então. Autoproclamado cavaleiro andante, saiu galopando em busca de aventuras. Louco e livre.

Foi com essa história simples, encantadora e divertida, que Miguel de Cervantes Saavedra construiu aquele que é considerado como o primeiro dos romances e Fiódor Dostoiévski classificou como a peça "mais profunda e poderosa" da literatura.

O livro foi escrito quando Cervantes já andava na faixa dos 50 anos, tendo amargado algumas desventuras e desilusões pelo seu histórico de vida. O espanhol havia tentado o sucesso na poesia, no teatro e com seu primeiro livro, sem, no entanto, alcançar notoriedade nem subsistência. Foi só com a publicação da primeira parte de O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, em 1605 - a segunda sairia somente dez anos depois, em 1615 - que alcançaria o Olimpo literário.

À parte todas as possíveis leituras, o romance é, sobretudo, um pastiche das novelas de cavalaria medievais, que, na época de Cervantes, eram bastante apreciadas. As histórias fabulares de castelos, heróis e amores platônicos dominavam o imaginário popular, sendo difundidas não só por meio de livros, mas também oralmente.

O que Cervantes fez foi humanizar o picaresco, unindo poesia e prosa numa nova forma narrativa. Em grande medida, a sátira de Cervantes às novelas de cavalaria representou uma crítica ao antigo mundo feudal que ali se representava. Colocava, já então, uma nova ordem moderna, mercantilista e urbana a um homem que - iluminado pelo conhecimento - era obrigado a atentar para as contradições do meio social. Em Dom Quixote, o espanhol cercou de ironia o mito do herói, transformando-o em um velho louco a combater moinhos de vento e ovelhas acreditando que destruía gigantes e exércitos. O autor propôs, sobretudo, a grande questão que intriga a ficção moderna: quais os limites entre fantasia e realidade?
Adaptado de http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura


Para conferir o que a Revista Superinteressante fala sobre o autor desta obra espanhola, basta observar as linhas seguintes e este link:


Miguel de Cervantes teve uma vida ainda mais errática que a de seu personagem mais ilustre.

* O criador do engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha nasceu em 1547, em uma família pobre;
* Ainda cedo, demonstrou interesse pela literatura e pela poesia;
* Teria uma vida acadêmica, não fosse um duelo no qual o escritor matou um desocupado;
* Procurado pela Justiça, como punição, deveria lhe decepar a mão direita;
* Cervantes fugiu para Roma, em 1569;
* Depois de falsificar uma certidão de nobreza, foi trabalhar como camareiro de um cardeal;
* Em 1570, alistou-se na armada espanhola que ia combater os turcos;
* Levou 3 tiros durante a Batalha de Lepanto. Dois disparos atingiram o peito, e o terceiro deixou a mão esquerda de Cervantes imobilizada para sempre.
* Na volta para casa, sua galera se perdeu da frota de navios durante uma tempestade, foi atacada por piratas e o escritor foi feito prisioneiro por mais de 5 anos;
* Ao retornar à Espanha, 12 anos depois de ter partido, falido, dedicou-se a produzir comédias;
* 1584, teve uma filha bastarda com uma mulher casada. No final desse mesmo ano, casou com outra mulher, de quem se separou 3 anos depois;
* Tornou-se comissário de abastecimento e depois arrecadador de impostos. Em certa ocasião, confiou num amigo para guardar parte do dinheiro da Coroa e o bom homem fugiu com tudo;
* Em 1597, Cervantes voltou para o cárcere, acusado de desvio de dinheiro. Muitos acreditam que foi nos 3 meses em que esteve na prisão que ele começou a escrever Dom Quixote;

* Publicado em 1605, o livro foi um sucesso. Ainda assim, seu autor permanecia na miséria e, para ganhar mais uns trocos, publicou em 1615 a segunda parte de Dom Quixote. Miguel de Cervantes Saavedra morreu em abril de 1616.

Assista agora a uma resenha crítica interessante. Você não pode perder! Beijinhos!


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